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Quais são os efeitos dos Gases com Efeito Estufa no ambiente?

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Gases com Efeito Estufa e as suas consequências no ambiente

O Homem sem sombra de dúvidas tem sido o grande responsável pela alteração do seu clima, sendo isto verificável à mais larga escala, pois inconsciente ou conscientemente, contribui para o aumento de muitos dos gases que, segundo os relatórios de avaliação do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC), contribuíram para um aumento evidente das concentrações dos gases com efeito de estufa (GEE) na atmosfera.

Ora se por um lado o Efeito de Estufa permite a vida na Terra por outro pode dificultá-la ou mesmo interditá-la, isto porque o Homem tem vindo a contribuir para o aumento descontrolado da emissão de alguns gases.

Actualmente, a atmosfera contém cerca de 40% mais dióxido de carbono do que no início da era industrial), como por exemplo: o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4), o óxido nitroso (N2O), os f-gases (HFC, PFC e SF6), gases esses que são responsáveis pelo efeito de estufa (EE) provenientes das mais variadas actividades humanas (industrial, pecuária, agricultura, …), os quais, de acordo com os sucessivos relatórios de avaliação do IPCC, têm contribuído para um amento da temperatura média da superfície da Terra e da atmosfera.

Para que a temperatura média global na troposfera permaneça estável e permita a existência de vida na Terra, é necessário que se verifique o equilíbrio entre a radiação solar incidente absorvida e o calor irradiado.

Ora, como esse equilíbrio depende da concentração de GEE, o que se constata é que, se a concentração destes continuar a aumentar, uma grande parte do calor emitido pela superfície da Terra e pela troposfera vai acabar por ser absorvida pelos GEE, o que vai levar ao aumento da temperatura média da troposfera.

Portanto, como vemos os GEE na atmosfera, nomeadamente o CO2, criam uma espécie de estufa que vai possibilitar a entrada de radiação solar mas ao mesmo tempo vai absorver parte do calor (a radiação infravermelha) irradiado pela superfície da Terra. Esta alteração tem provocado uma readaptação do nosso sistema climático.

De acordo com os cientistas do IPCC, o clima é extremamente complexo, o que significa que não existe uma forma simples de determinar até que ponto o nosso clima irá mudar em resposta ao aumento dos níveis dos GEE, o que é preocupante, pois são inúmeras as consequências que já se constataram nestes últimos tempos resultantes das actividades humanas:

    • O degelo dos glaciares e aumento do nível médio das águas do mar (que provocaram uma subida de 10 a 20cm nos últimos 100 anos), que acarretam consequências catastróficas como, a submersão de zonas costeiras e de pequenas ilhas, o aumento da erosão costeira e de mares de tempestade e cheia, levando ao aumento de condições extremas como inundações, secas e incêndios florestais com prejuízos económicos, sociais e ambientais, nomeadamente a perda de espécies faunísticas e florísticas;
    • A nível dos ecossistemas marinhos, as alterações são responsáveis quer pela alteração da estrutura quer pela alteração das funções deste, pois verifica-se um aumento da intrusão salina a qual afecta a qualidade das águas interiores assim como, são os responsáveis pela alteração da produtividade biológica e pela disponibilidade de nutrientes (a cobertura da neve diminui 10% desde o final dos anos 1960);
    • Alterações do ciclo hidrológico, maior ocorrência de situações climáticas extremas, sobretudo secas, inundações, furacões, tempestades, vagas de frio ou de calor;
    • A temperatura global subiu e prevê-se que esta ainda subirá 1,4 a 5,8ºC até 2100 (a década de 1990 foi a mais quente do último milénio);
    • Impacto na biodiversidade: migrações e alterações nas rotas migratórias das aves, variações no crescimento de colheitas e no movimento de insectos sensíveis ao frio, perdas de espécies faunísticas e florísticas ou mesmo a sua extinção (projecta-se que 15 a 37% de todas as espécies se extingam em 2050);
    • Impacto na agricultura: é expectável a impossibilidade de se poder vir a cultivar certos tipos de cereais e grãos e também se prevê uma maior necessidade de água e um aumento do stress hídrico nas culturas a seco, o que levará a que os agricultores se mudem ou alterem as suas culturas;
    • Aumento do risco de incêndio, o que levará á degradação do solo, ameaçando, assim, a biodiversidade uma vez que, a composição e a distribuição geográficas dos ecossistemas irão alterar-se e haverá um aumento do número de pragas (principalmente, insectos e roedores) e de doenças transmissíveis por estes vectores;
    • Maior incidência de doenças e de mortes por problemas cardiovasculares e respiratórios provocados pelo calor.

Como vemos, o panorama não se prevê satisfatório e mesmo que o Homem reduza drástica e rapidamente as emissões globais de GEE, é impossível evitar por completo o impacte causado pelas alterações climáticas (uma vez que, o sistema climático responde à alteração dos níveis de GEE com algum atraso, por causa da inércia térmica dos oceanos), além de que as consequências não serão as mesmas em todas as zonas do globo.

Ora nesse sentido, vejamos a título de exemplo, as consequências do aumento dos GEE em Portugal:

    • Aumento da temperatura (espera-se uma aumentos de 4 a 7ºC até 2100);
    • Propensão decrescente da ocorrência de precipitação, principalmente na Primavera;
    • Agravamento de fenómenos climáticos extremos: secas, cheias e grandes vagas de calor;
    • Incremento do risco de extinção de plantas e animais, prevendo-se uma perda de metade da biodiversidade mundial;
    • Aumento do risco de ocorrência de conflitos sociais e de migrações de populações;

Como se pode constatar, espera-se um futuro não muito animador para Portugal. Ora, o mais recente relatório do IPCC reforça que responsabilidade destes acontecimentos é, fundamentalmente, de origem humana e refere ainda que parte do aquecimento será inevitável e, por isso mesmo, a sociedade terá que se preparar e adaptar a medidas de adaptação, assim como, medidas que visem a redução da emissão de GEE, ou seja, medidas de mitigação cujo objectivo se baseia na minoração da escala dos danos ambientais, sociais e económicos.

Portanto, para que não se torne demasiado tarde e irremediável, convém que se sensibilize toda a sociedade sendo que a solução – chave para uma redução significativa dos GEE consiste, antes de mais, na sensibilização para o tema “Energia”, onde se devem mudar alguns dos nossos comportamentos, no sentido de a utilizar mais racionalmente, por isso deve-se:

    • Utilizar tecnologias mais limpas;
    • Conceber electricidade a partir de fontes renováveis, como o vento, a água, o sol ou as marés;
    • Alterar os sistemas energéticos: eficiência energética nos edifícios, nos transportes e na indústria;
    • Adquirir automóveis com motores híbridos eficientes ou a biocombustivel ou recorrer a transportes públicos;
    • Usufruir de turbinas eólicas mais potentes;
    • Isolar portas e janelas para evitar perdas de calor;
    • Optar pelo uso de transportes colectivos;
    • Pogramar a utilização conjunta do automóvel particular;
    • Seguir a politica dos 3Rs (Recuperar, Reduzir, Reutilizar e Reciclar);
    • Plantar árvores típicas da região no jardim de casa ou da escola;
    • Tomar duche curto em vez de banho de imersão;
    • Optar por novas tecnologias particularmente, o armazenamento subterrâneo de CO2 e de células de combustível;
    • Adquirir equipamentos eléctricos eficientes nomeadamente, de Classe A;

Para que se estabilizem as concentrações atmosféricas dos GEE é necessário que haja uma colaboração organizada das várias entidades empresariais, dos cidadãos comuns, do governo e da comunidade internacional através de acordos nacionais e internacionais.

Por fim, adicionalmente a estes esforços, é possível e indispensável que se faça mais e melhor e por essa razão e muitas outras, o C0 surge-nos como uma óptima resposta a este desafio.

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